SINOPSE
Lisboa, num consultório de psiquiatria, nos finais dos anos 70 do século passado, encontramos o Dr. Correia, um conceituado psiquiatra. Tudo começa numa entrevista de emprego em que ele tenta seduzir uma candidata a secretária, a menina Sílvia Cunha. Como parte da entrevista, consegue persuadi- -la a despir-se para um “suposto” exame médico. A situação torna-se mais caricata, quando a meio da dita entrevista, entra a D. Tucha Correia, a mulher do médico. Rapidamente, o Dr. Correia, esconde a menina atrás de um biombo e começa aqui um rol de trocadilhos para esconder a menina de quem entra no consultório (e vai entrar muita gente). No entanto a D. Tucha Correia também está a ser seduzida e chantageada por Nuno Ricardo, paquete do hotel, onde ela estivera nessa noite e a quem prometera o tal lugar de secretário. Entretanto, o consultório é alvo de uma inspeção realizada pelo Ministério da Saúde, liderada pelo Dr. Ventura, que parece ter menos saúde mental do que muitos pacientes que ali entram, revelando o caos em que o consultório se encontra. Tentando pôr cobro à confusão instalada, aparece ainda um Polícia muito conservador, que sem saber como, acaba vestido de mulher. No final de tudo isto e depois de muitas trocas de roupa, tiros, comprimidos e uma estátua do Marquês de Pombal, teremos um desenlace surpreendentemente ternurento e familiar, ainda que provavelmente, vão todos p r e s o s … !
O AUTOR
Joe Orton, nasceu a 1 de janeiro de 1933, em Leicester e morreu a 9 de agosto de 1967 em Londres. Dramaturgo britânico conhecido pelas suas farsas ultrajantes e macabras, Orton começou por ser um ator mal sucedido. No final da década de 50 do séc. XX, começou a escrever sob o incentivo do seu companheiro de vida, K.L. Halliwell. No entanto, um punhado de contos que o casal escreveu naquela época, influenciados por Ronald Fairbank (1866-1926) não teve qualquer repercussão e somente em 1964 Orton obteve o seu primeiro sucesso, quando a sua peça de rádio “The Ruffian on the Stair” foi transmitida pela BBC. Desde então até à sua morte em 1967, Orton obteve um enorme sucesso como dramaturgo, sendo as suas peças representadas não apenas na Grã Bretanha, mas também pela Europa. As três peças longas, Entertaining Mr. Sloane (1964), Loot (1965) e What the Butler Saw (1967), são comédias hilariantes, de fino humor britânico, das mais representadas por todo o mundo até aos nossos dias. Os escritos de Orton foram marcados por um humor epigramático e incongruente e as suas personagens reagem com comicidade às situações escandalosas e perturbadoras em que se envolvem. Elas serão seguramente o reflexo da infância difícil do seu autor e duma juventude no fio da navalha, roçando uma certa marginalidade. O tom de subverção em toda a sua obra, mas também na sua vida, foi a forma por ele escolhida como resposta a uma sociedade que o ostracizava.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Encenação: Hélder Gamboa
Tradução: Cecília Santos João
Elenco: Ângela Pinto, Isabel Guerreiro, João Baptista, Heitor Lourenço, Mário Bomba e Rui Unas
Desenho de Luz: Paulo Graça
Cenário e Figurinos: Rui Filipe Lopes
Música Original: Luís Pinto Lucena
Aguarelas: António Procópio
Contrarregra: Emanuel Vicente
Fotógrafo de cena: Artepertinace
Técnicos de montagem: André Correia e Igor Santos
Produtor Executivo: Miguel Manaças
Assistente de produção: Ana Pestana
Produção Tenda Produções