16ª Produção
SINOPSE
Texto cruel e comovente deste dramaturgo alemão, cuja obra nos remete para as mais inquietantes texturas sociais e políticas contemporâneas. Dentre cutelos, álcool, um cão e um amante esquipático, martha, talhante de profissão, mulher de meia-idade e sem encantos, persiste numa relação em que o achincalho, a insensibilidade e o esequilíbrio, são normas. Num universo comportamental curto circuitado, o seu confrontamento com otto, traduz o lado mais sombrio e desconforme duma intimidade/conjugalidade que transporta todas as emoções para o fio da navalha. Com sangue. Porque afinal de contas, as realidades quotidianas, tal como os seres humanos, nem sempre são a duas cores. Ou seja, a carne é uma intensa cruz e o nosso cérebro ardiloso.
O AUTOR
Franz Xaver Kroetz nasceu em Munique, na Alemanha de Leste em 1946. Filho de um funcionário público do ministério das finanças, cresceu na Baviera e foi educado num colégio católico. Este tipo de educação levou-o a criar uma certa indiferença em relação à religião, assumindo mesmo ter-se confessado pela última vez aos 14 anos de idade e ter abandonado a Igreja aos 20. Enquanto dramaturgo, os seus primeiros textos foram influenciados pelas peças realistas e de crítica social centradas na vida quotidiana escritas nos anos 20 e 30 por Odon von Horvath e Marieluise Fleisser, mas cedo Kroez começou a criar uma voz com características muito próprias. A 3 de Abril de 1970 estrearam, no Munich Kammerspiele (Teatro Municipal de Munique), as suas peças (ambas de um único ato) – Stubborn e Working at Home. O estilo, a linguagem utilizada e o conteúdo destas peças provocou, por parte do público, reações tão violentas, que o teatro teve de recorrer à proteção policial. A estreia destas duas peças e o subsídio para jovens dramaturgos que lhe foi atríbuido permitiram-lhe, finalmente, deixar os trabalhos que mantinha em part time e passar a dedicar-se exclusivamente à escrita.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Texto: Franz Xavier Kroetz
Tradução: Marina Prino
Encenação e Versão Cénica: Maria Emília Correia
Instalação e Design Gráfico: Rui Filipe Lopes
Desenho de Luz: Nuno Samora
Desenho de Som: Hugo de Souza
Fotografia: Paulo Moreira
Contra-regra: Isabel Moreira e José Pinto
Assistente de Encenação: Cátia Ribeiro
Produção executiva e design gráfico (programa): Gonçalo Ferreira
Com Ângela Pinto – Martha e Hélder Gamboa – Otto
Estreou na Sala Estúdio do Teatro da Trindade a 24 de Maio de 2012
Produção: Tenda Produções
M/16